+51 1 626 8300

Exclusão competitiva: uma medida preventiva comprovada contra Escherichia Coli na produção de frangos de corte
11 jul 2022

Exclusão competitiva: uma medida preventiva comprovada contra Escherichia Coli na produção de frangos de corte

INTRODUÇÃO

A Escherichia coli faz parte da microbiota intestinal normal de mamíferos e aves, embora a maioria das cepas sejam inofensivas, existem vários sorotipos patogênicos. A doença mais grave das aves causada por E. coli é a colisepticemia, que aumentou com o desenvolvimento da produção intensiva de frangos de corte (Ashton, 1990). A contaminação fecal de ovos incubados pode ser uma via de transmissão de sorotipos patogênicos. Além disso, outras infecções predispõem a ave à colisepticemia.

Foram investigados todos os níveis da cadeia produtiva de frangos de corte: incubatório, granja, abatedouro e carne fresca, onde a maior prevalência foi encontrada em granjas de frangos de corte (Becker et al., 2021).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que a resistência aos antibióticos é uma das maiores ameaças à saúde global, segurança alimentar e desenvolvimento. Um dos mecanismos de resistência mais difundidos em bactérias é a inativação enzimática de antibióticos por beta-lactamases. Nesse processo, o anel beta-lactâmico dos antibióticos é hidrolisado, evitando assim o bloqueio irreversível da enzima essencial para a síntese da parede celular dessas bactérias. Sendo este um dos fatores que tem aumentado o aparecimento de produtores de ESBL e produtores de AmpC em Enterobacteriaceae como Escherichia coli.

Weinack et al. (1981, 1982, 1984) e Snoeyenbos et al. (1982) demonstraram o efeito protetor da microflora intestinal nativa contra cepas patogênicas de E. coli em frangos de corte. Stavric et al. (1992) mostraram que uma cultura fecal de galinhas adultas poderia reduzir a colonização de frangos de corte e poedeiras por E. coli 0157:H7.

RESULTADOS DA REVISÃO

O gráfico a seguir mostra os resultados da redução máxima de E. coli patogênica, medida em Log10 UFC/g em nível ceco, em diferentes estudos publicados com o uso de Broilact.

CONCLUSÕES:

A exclusão competitiva é um método conhecido desde 1973, onde Nurmi e Rantala comprovaram sua eficácia para Salmonella. Nas últimas décadas, foi desenvolvido e diferentes microrganismos foram testados. O princípio é tão complexo quanto a microbiota dos frangos de corte. No entanto, parece haver um efeito significativo quando as culturas de EC são aplicadas preventivamente. Hofacre (2002) mostrou que é possível utilizar o conceito de exclusão competitiva para a substituição de cepas de E. coli multirresistentes no intestino de frangos de corte.

Vários ensaios foram revisados e encontraram uma redução máxima de cerca de 6,6 log10 UFC/g de conteúdo cecal (equivalente a 3.981.072 UFC por grama) ou mesmo prevenção completa da colonização. A exclusão competitiva parece ser um método de intervenção potencial para suprimir a colonização de E. coli patogênica ou produtora de ESBL ou AmpC, conforme aplicado, em frangos de corte se usado muito cedo na vida e dependendo das cepas e quantidades usadas para proteção e desafio.

Baixar Boletim Técnico

Literaturas:
Evelyne Becker, Michaela Projahn, Elke Burow and Annemarie Käsbohrer. Are There E°ective Intervention Measures in Broiler Production against the ESBL/AmpC Producer Escherichia coli?. Pathogens. 2021, 10, 608.
Hakkinen, M.; Schneitz, C. E˛icacy of a commercial competitive exclusion product against a chicken pathogenic Escherichia coli and E coli O157:H7. Vet. Rec. 1996, 139, 139˝141.
Nuotio, L.; Schneitz, C.; Nilsson, O. E°ect of competitive exclusion in reducing the occurrence of Escherichia coli producing extended-spectrum beta-lactamases in the ceca of broiler chicks. Poult. Sci. 2013, 92, 250˝254.
Nurmi, E.; Rantala, M. New Aspects of Salmonella Infection in Broiler Production. Nature 1973, 241, 210˝211.
Stavric, S., Buchanan, B. & Gleeson, T. M. (1992) Letters in Applied Microbiology 14, 191
Weinack, O. M., Snoeyuenbos, G. H., Smyser, C. F. & Soerjadi, A. S. (1981) Avian diseases 26, 585.
Weinack, O. M., Snoeyuenbos, G. H., Smyser, C. F. & Soerjadi, A. S. (1982) Avian diseases 26, 585.
Weinack, O. M., Snoeyuenbos, G. H., Smyser, C. F. & Soerjadi, A. S. (1984) Avian diseases 28, 416.

 

Comments are closed.